sábado, 25 de fevereiro de 2012

CONSELHO COMUNITÁRIO DE SEGURANÇA:VISITA DO SECRETÁRIO DE ESTADO DE DEFESA CIVIL A DUQUE DE CAXIAS -  REALIDADE E FICÇÃO.


Tendo tomado conhecimento da palestra do Secretário de Estado da Defesa Civil, Coronel Bombeiro-Militar Sérgio Simões, Comandante Geral do Corpo de Bombeiros e companheiro, no Conselho Comunitário de Segurança Pública a se realizar dia 28 de fevereiro próximo no Auditório da Universidade Estácio de Sá e , sabedor que muitas vezes, nessas ocasiões o debate sobre Defesa Civil no município de Duque de Caxias poderá não ter a oportunidade de ocorrer pelo tempo e que as perguntas são ocasionalmente selecionadas, pensei em trazer a luz alguns pontos que até o momento estão esquecidos a aguardar as próximas nuvens negras, trovoadas e enchentes em nosso município.

Em primeiro lugar, e como não poderia deixar de ser, ainda estamos aguardando a pior chuva dos últimos 70 anos em Duque de Caxias, como foi propalada pelos “técnicos” da Defesa Civil Municipal: http://odia.ig.com.br/portal/rio/html/2011/10/em_alerta_contra_enchentes_197919.html
Logicamente para os que foram a Audiência sobre Enchentes na Câmara Municipal essa matéria não ficou bem explicada. Afinal quem deu a entrevista ao Jornal O Dia? De acordo com o atual governo municipal não foi nada senão a armação de pessoas sem escrúpulos que jogaram boatos para alarmar a população. Mas a matéria de O Dia é clara pois nela um técnico da Defesa Civil deste município afirma categoricamente que ocorrerá um dilúvio no município. Bem, conclui-se então que quem plantou o boato ( já que não tem fundamento científico) foi o próprio governo, mas não por maldade, mas simplesmente por incompetência de seus técnicos e de sua assessoria de imprensa.
Conforme comentado pelo Dr.Olívio Neto , meteorologista do INPE : “Alguém afirmar, com tanta antecedência, que uma chuva será histórica e que provocará transtornos à população é uma vergonha (ver matéria: Em alerta contra enchentes). Os estudos para avaliar o tempo de concentração das bacias hidrográficas é muito importante para se detectar qual o volume de chuva que pode provocar transbordamentos e que bairros e/ou ruas podem ser inundados, no entanto, AFIRMAR que esta chuva ocorrerá esta semana, este mês, este ano é simplesmente vergonhoso e mentiroso”.
Em segundo lugar, cabe aquelas indagações que sempre esquecemos quando o sol está firme e não há  previsão de chuvas. O que é a Defesa Civil Municipal em Duque de Caxias, o que ela tem feito para melhorar a PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO, RESPOSTA E RECONSTRUÇÃO? ( ver artigo "Precisamos indagar aos candidatos a Prefeito qual sua política de Defesa Civil")
Em termos de PREVENÇÃO senão vejamos: o INEA preparou um dossiê em que se observa a existência de 94 (noventa e quatro) áreas de risco de deslizamento iminente em Duque de Caxias. Esse dossiê demonstra o comprometimento do Governo do Estado em auxiliar as prefeituras  a cuidar do assunto. A Secretaria de Estado da Defesa Civil tem dado todo apoio aos municípios, por exemplo, da Região Serrana para a detecção das áreas de risco e a construção de um sistema de monitoramento de alerta e alarme, bem como para o treinamento das populações suscetíveis ao risco. Mas como já mencionei anteriormente é na Constituição Federal  art.30, inciso VIII  onde  encontramos a obrigação do município de planejar e promover a ocupação do solo urbano. O que então tem feito a Defesa Civil Municipal para resolver o problema? Pouco pois possuindo apenas um engenheiro civil , sua missão, apesar dos esforços de seus membros, é quase impossível de ser realizada.
Da mesma forma, foi veiculada a notícia da instalação de equipamentos em várias áreas de risco como forma de proporcionar alarme quando da chegada de frentes frias nestes 94 pontos, mas cabe perguntar, fora a Vila Urussaí onde se instalou o projeto piloto, onde mais foram instalados esses equipamentos?
Recentemente, vários funcionários terceirizados da Defesa Civil Municipal foram demitidos bem nessa época do ano em que as chuvas podem cair a qualquer momento...
Em termos de PREPARAÇÃO, o que tem sido feito? Novamente vemos a retórica tomar conta do discurso. Baseada no processo APELL  que conta com um grande quadro de voluntários mas que tem como objetivo a preparação , treinamento e evacuação da população vizinha a REDUC, num raio de 01 kilômetro, a Defesa Civil Municipal afirma treinar a população para os eventos climáticos. Por que então não se deu continuação ao projetos DEFESA CIVIL NA ESCOLA, AGENTES DE DEFESA CIVIL MIRIM entre outros? A realidade é que o Governo Municipal não tem comprometimento com o assunto Defesa Civil. Você que é morador de área de risco e não conhece ou faz parte do Processo APELL, por acaso recentemente teve a visita ou treinamento por parte do órgão municipal de Defesa Civil? Posso garantir que muitos poucos foram os NUDECS (Núcleo de Defesa Civil Comunitário) criados nos últimos meses, ou seja mais uma vez a propaganda supera a ação!

Em termo de RESPOSTA, cabe a pergunta o que tem sido adquirido para melhorar as operações de resgate e de gerenciamento de abrigos, ações precípuas nos casos de calamidade. Em 2009 e 2010, quando estive a frente do órgão, vi a necessidade de criação de um depósito para que lá o órgão municipal estocasse matérias de higiene, limpeza, cestas básicas, vestimenta, roupa de cama entre outros, tentei por diversas vezes sugerir a criação desse local, até que fiquei chato.... Hoje em dia, uma chuva de forte a moderada que produza cerca de 100 a 500 desabrigados, coisa pequena, o que o município tem estocado para atender a esses desabrigados? Nada, apesar de constar em lei um Fundo Especial Municipal de Calamidades, nada foi feito nem irá ser feito. Digo que nada irá ser feito porque se o município demite funcionários de um órgão tão importante quanto a Defesa Civil quanto mais ter verba suficiente para aquisição desses materiais.
Outro fato ,e esse comprova ainda mais o descaso do Governo Municipal com o assunto, é o fato de que a importância dada a Defesa Civil é tão minúscula, tão irrisória, por que há no Governo Zito incontáveis subsecretarias, assessorias, fundações (tendo sido recentemente criada mais uma subsecretaria de informação e tecnologia -  http://caxiasnet.com/?p=647  ) mas e a Defesa Civil? Ela tem status de Diretoria! Um órgão de tamanha importância limitado ao quarto escalão de gerenciamento! O assunto é tão importante que existe no Estado a  Secretaria de Defesa Civil  recriada recentemente posto que o Governador percebeu a importância do órgão e a necessidade de uma autonomia mínima a esse órgão.
Outro dado é o fato de que Defesa Civil não precisa estar vinculada à Segurança Pública, isso é um resquício do período ditatorial, as funções são completamente diferentes e um gerenciamento único já se demonstrou ineficaz no passado como hoje é, novamente com fundamento na recriação da Secretaria de Estado da Defesa Civil.

Em termos de RECONSTRUÇÃO, novamente o atual governo municipal vem mostrando a ausência de um corpo técnico a altura do município. Em 2009 e 2010, com as enchentes registradas no município, com muito sacrifício, dada, como foi dito a ausência de um corpo técnico competente, a Defesa Civil municipal fez o levantamento de prejuízos e um dos listados foi a necessidade de reconstrução de moradias para os desabrigados. Em 2010 a verba de 20 milhões de reais foi dirigida ao Governo do Estado que contatou as autoridades municipais para que se desse início ao processo de escolha de local para a construção de moradias entre outras obras de reconstrução e prevenção contra as enchentes. O tempo passou e infelizmente o município não cumpriu o prazo estipulado e a verba de 20 milhões foi perdida de acordo  com o JORNAL O GLOBO de 01 de fevereiro de 2012.

Em suma, a solicitação de apoio aos órgãos federal e estadual de Defesa Civil é justa e necessária mas encobre o fato de que, enquanto não houver uma mudança de paradigma administrativo, os cidadãos não terão uma prefeitura apta a resolver os problemas locais coletivos das cidades. Lembre-se que a quantidade de recursos que o município receba na área de Defesa Civil não importará em mudança sem uma reforma estrutural em sua governança, sem o fundamental comprometimento.

Em tempo, cabe aqui a pergunta: se o Conselho Comunitário de Segurança Pública tem tanta importância para a atual gestão municipal por que até hoje não se transformou em Conselho Municipal? Fica aí a pergunta já que apenas um decreto do Prefeito poderia criá-lo nos moldes do Conselho Municipal de Saúde. O problema é que haveria mais transparência, participação popular nas decisões e isso....

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Projeto de Emenda Constitucional 300/2008: a solução para o problema da segurança pública em nosso país?

O jornalista Merval Pereira comenta sobre a politização da questão salarial dos policiais e bombeiros do Brasil mas na hora de tirar 10 fala uma asneira ao afirmar que policiais de diferentes estados não podem receber a mesma remuneração. Que idiotice.

Muito além da questão de segurança pública, colocada em xeque com a greve dos policiais militares em Salvador e a preocupação com uma possível ampliação do movimento para outros estados, inclusive o Rio de Janeiro, em cima do carnaval, há uma questão de fundo muito grave: a participação de políticos para se aproveitar da greve e tentar espalhar as manifestações pelo país.

Vou deixar de discutir aqui a ilegalidade da greve, pois ela é patente e não pode ser admitida sob pena de quebra da autoridade, para entrar no terreno mais perverso do uso político das greves quando é do interesse deste ou daquele partido político.

O ex-presidente Lula, por exemplo, foi um incentivador desse tipo de greve quando estava na oposição.

Em 2001, quando era candidato a presidente na campanha que o elegeria pela primeira vez, deu a seguinte declaração: "A Polícia Militar pode fazer greve. Minha tese é de que todas as categorias de trabalhadores que são consideradas atividades essenciais só podem ser proibidas de fazer greve se tiverem também salário essencial. Se considero a atividade essencial, mas pago salário mixo, esse cidadão tem direito a fazer greve." A greve a que se referia o então candidato ocorria justamente na Bahia, que era governada pelo PFL de Antonio Carlos Magalhães.

O então deputado federal Jaques Wagner fez discursos na Câmara em solidariedade às centenas de policiais presos, enquanto hoje, governador do estado, chama as lideranças de "bandidos", e a presidente petista defende que não se anistiem os grevistas, que levam "pânico" às ruas.

"Vai chegar um momento em que vão anistiar antes de o processo grevista começar, e não concordo com isso", disse Dilma Rousseff, com toda a razão.

Essa esquizofrenia petista tem um método e vem dando certo para eles em termos de "luta política", como justificam qualquer tipo de mudança de posição.

O cabo Benevenuto Daciolo, que articulava o movimento dos policiais no Rio e estava na Bahia conversando com as lideranças locais, foi preso depois que a Polícia Federal divulgou a gravação de conversas com a deputada estadual Janira Rocha, do PSOL do Rio, e com o ex-governador Garotinho.

A deputada orientou o líder dos policiais do Rio a impedir que os militares de Salvador fizessem um acordo e justificou alegando que pretendia garantir a anistia dos líderes grevistas na Bahia.

No diálogo divulgado, ela afirma estar errado fazer um acordo "antes da greve do Rio". No seu raciocínio torto, a greve no Rio mudaria a "correlação de forças" e obrigaria os governos a anistiar os militares baianos.

Em outra gravação, o interlocutor de Daciolo, que ele classifica de "importantíssimo", é o atual deputado federal Arnaldo Faria de Sá, que preside a comissão da PEC-300.

O líder grevista pergunta qual a "verdadeira possibilidade" de aprovar a Proposta de Emenda Constitucional 300, que define um salário-base para todos os policiais civis, militares e bombeiros do país, na semana que vem.

Ele relata as providências para alastrar a greve para outros estados, "com a probabilidade de não haver carnaval nem no Rio nem na Bahia este ano", e sugere ao deputado que, se houver uma indicação de que a PEC será votada, os movimentos podem arrefecer, numa clara tentativa de ameaçar o governo.

Não há qualquer indicação de que Sá tenha sido irresponsável como a deputada do PSOL no incentivo à greve, mas a atuação política no Congresso dos que são favoráveis à PEC-300 mostra que eles usam a chantagem política como arma para pressionar o governo, assim como os grevistas tentam fazê-lo através de seu movimento ilegal.

O deputado federal Anthony Garotinho, por exemplo, pensou que fosse ele próprio o interlocutor nas fitas da PF, pois, segundo revelou, teve conversas "muito parecidas" com o líder grevista.

Na ocasião em que, no início do governo, o então ministro- chefe da Casa Civil Antonio Palocci se viu em meio a um tiroteio político para explicar no Congresso suas consultorias milionárias, Garotinho saiu-se com uma pérola da baixa política na tentativa de chantagear o governo: "O momento político é este.

Temos uma pedra preciosa, um diamante que custa R$ 20 milhões, que se chama Antonio Palocci".

Ele se referia ao montante inexplicado dos pagamentos das consultorias de Palocci e ameaçava o governo de apoiar a convocação do ministro para se explicar no Congresso se não colocasse a PEC em votação.

O governo tem também culpa nesse cartório, já que, na campanha presidencial, a candidata Dilma Rousseff deu sempre a entender que era a favor da PEC, assim como o fazia o ex-presidente Lula.

Mesmo quando da solenidade de aumento dos militares de Brasília, ainda na época do governo José Roberto Arruda, Lula referiu-se às reivindicações dos militares de outros estados de maneira simpática, como se tratassem de uma negociação salarial como outra qualquer.

No meio do discurso, porém, talvez se lembrando de que já não estava na oposição, teve o cuidado de lembrar que é muito difícil dar o mesmo salário em Alagoas e no Distrito Federal, amenizando um pouco o apoio implícito que dava à PEC-300.

Mais uma vez o problema continua latente, sem uma solução, e mobilizações podem acontecer em diversos estados. O aumento dado pela Assembleia do Rio pode arrefecer o ânimo grevista.

O fato de que os policiais militares ganham pouco tem de ser visto pelos governadores e pelos políticos como um tema prioritário.

A PEC-300, que nivela o salário dos policiais em todos os estados, é um absurdo, não é possível que um policial no Acre ganhe tanto quanto um de São Paulo, mas em todos os estados, sem exceção, tem de haver uma reorganização funcional para melhorar as condições salariais dos policiais militares e civis.

Os políticos têm que levar em conta que esse é um assunto explosivo que há pelo menos dez anos provoca rebeliões em vários estados.

Em vez de se aproveitarem da situação para tentar resolver o problema dos policiais, eles aproveitam para fazer a política na sua versão mais baixa. Fonte: Site do Capitão Assunção.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

PEC 300 encontra apoio de senador do PDT e do secretário Mariano Beltrame





O senador Pedro Taques (PDT-MT), presidente da Subcomissão de Segurança Pública do Senado, pediu, em entrevista à imprensa, a votação, pela Câmara, da PEC 300/2008, proposta de emenda à Constituição (PEC) que fixa um piso salarial nacional para policiais e bombeiros. Segundo o parlamentar, que participou nesta quinta-feira de reunião entre secretários de Segurança Pública e o presidente do Senado, José Sarney, a demora no exame da matéria é uma das razões da paralisação de policiais na Bahia e da ameaça de outras greves pelo país.
- Eu entendo que a PEC 300 é a causa desses movimentos e não podemos fugir ao debate sobe a PEC 300. É lógico que alguns estados não têm condições de pagar. Nós temos que saber o porquê – disse o parlamentar, salientando que o tema não foi tratado na reunião.
Os secretários vieram ao Senado para entregar documentos com sugestões de mudanças no Código Penal e em projetos de lei em tramitação no Congresso para atualizar a legislação penal brasileira.
Taques salientou que o Senado não tem se furtado a discutir a onda de violência na Bahia em meio à greve de policiais militares daquele estado, e registrou que o assunto foi tema de discussão na Subcomissão Permanente de Segurança Pública do Senado, que se reuniu na terça-feira (7).
- Debatemos essa lamentável situação na Bahia que já tem repercussão em outros estados da Federação. A subcomissão não será omissa nesse debate. Aliás, ela não é omissa já que estamos discutindo desde sua instalação a militarização da policia, a possibilidade ou não da unificação policial – disse o senador.
Ele citou ainda o PLS 710/11, projeto de lei de Aloysio Nunes (PSDB-SP) que visa regulamentar o direito de greve dos servidores públicos, como outro assunto a ser examinado pela subcomissão. O projeto proíbe a greve nas Forças Armadas, nas Polícias Militares e nos Corpos de Bombeiros Militares.
Secretário do RJ
Após a reunião com Sarney, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, também disse ser favorável à aprovação da PEC 300/2008.
- Sou muito favorável à PEC 300. Acho que a PEC 300 é muito bem-vinda, mas acho, em contrapartida, que tem que se ver de onde vai sair o recurso para se pagar. Acho que só aprová-la não é o caminho mais coerente. Tem que se dizer também como ela vai ser paga – afirmou ele.
Beltrame também afirmou que a segurança nas comemorações de Carnaval estará garantida à população ainda que os policiais militares entrem em greve por melhorias salariais. Segundo ele, foi criado um protocolo de ações para serem desencadeadas em caso de paralisação dos profissionais de segurança.
- A segurança para o carnaval está garantida – afirmou o secretário, que foi questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de greve no Rio de Janeiro.
Ele afirmou ainda que acredita no bom senso dos policiais para evitar que se repita no estado fluminense uma greve como tem ocorrido na Bahia. De acordo com Beltrame, desde o início do primeiro mandato do governador Sergio Cabral, em 2007, o Rio de Janeiro tem adotado uma política de valorização dos policiais militares.
- O que está sendo dado a eles é, sem dúvida nenhuma, um reconhecimento do que esses policiais vêm fazendo pelo Rio de Janeiro. Ao longo de oito anos, isso vai beirar a 120% de aumento, considerando que nós temos uma inflação nacional que beira 6%. É uma demonstração muito clara de que, além de se dar o que a inflação dá, se recupera efetivamente. O que tem que ser levado em conta é que os salários dos policiais, principalmente na base das instituições, estão muito defasados há décadas – afirmou Beltrame.

(Extraído do Jornal Correio do Brasil)

DICAS DE SEGURANÇA SOBRE O BOTIJÃO DE GÁS DE COZINHA ( GLP 13 KG)



Tendo em vista os recentes acontecimentos na praça Tiradentes no Centro do Rio de Janeiro em que mais 04 pessoas perderam suas vidas em virtude de uma explosão em razão de acúmulo de gás de cozinha  prestamos alumas informações sobre o assunto.

O ASPECTO LEGAL

De acordo com o Decreto estadual nº 247 de 21 de julho de 1975 cabe ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro:

Art. 1º - Compete ao Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, o estudo, o planejamento, a fiscalização e a execução das normas que disciplinam a segurança das pessoas e dos seus bens, contra incêndio e pânico em todo o Estado do Rio de Janeiro, na forma do disposto neste Decreto-Lei e em sua regulamentação.
Parágrafo único - O Estado, por intermédio da Secretaria de Estado de Segurança Pública, fica autorizado a celebrar convênio com os Municípios, para atender aos interesses locais, relacionados com a segurança contra incêndio e pânico.


Ou seja, cabe ao Corpo de Bombeiros a expedição de Certificado de  Aprovação em consonãncia com a legislação vigente de  estabelecimento comercial ou familiar de acordo com as normas previstas no relatado decreto.
Tal procedimento se dá em paralelo com o Alvará expedido pela Prefeitura Municipal e as regras encontram-se bem esclarecidas no site do Corpo de Bombeiros  www.cbmerj.rj.gov.br e no site da Diretoria de Serviços Técnicos http://www.dgst.cbmerj.rj.gov.br/.



OS CUIDADOS A TOMAR NA UTILIZAÇÃO DO GÁS DE COZINHA

Seja em estabelecimentos comerciais seja na sua residência é necessário uma atenção redobrada quando da utilização do GLP. Em casos de condomínio informamos que o Corpo de Bombeiros  propicia um curso de formação de  síndicos e administradores de condomínio que visa exatamente promover a coinscientização dos maiores responsáveis pela segurança coletiva dos condomínios.





TÓPICOS SOBRE SEGURANÇA DO GLP


1) Onde armazenar o botijão?
 
Coloque o botijão sempre em locais ventilados, para facilitar a dispersão do gás em caso de vazamento e:

·  Nunca armazene o botijão em compartimentos fechados (armários, gabinetes, vãos de escada, porões, etc.);
·  Nunca coloque o botijão próximo a tomadas, interruptores e instalações elétricas (mantenha distância mínima de 1,50m);
·  Nunca instale o botijão próximo a ralos ou grelhas de escoamento de água (mantenha distância mínima de 1,50m). Por ser mais pesado que o ar, o gás pode se depositar nesses locais. Assim, qualquer chama ou faísca poderá provocar um acidente;
·  De preferência, o botijão deve ficar do lado de fora da cozinha em local arejado, coberto e protegido das intempéries
 


2) Compra Segura:
   
É importante que você tenha a certeza de que está comprando gás de uma companhia comprometida com qualidade e segurança. Confira se a marca estampada em relevo no botijão é a mesma do lacre e da etiqueta do mesmo.

A Liquigás utiliza as mais modernas técnicas e equipamentos para que você tenha um produto seguro e dentro dos mais rígidos critérios de qualidade. A procedência do gás é garantida e todos os botijões passam por um rigoroso programa de testes e requalificação.

No momento da compra, esteja atento: todo botijão deve trazer lacre exclusivo e inviolável com a marca sobre a válvula.

Para a sua segurança:
·  Recuse botijões sem lacre, com o lacre sem marca ou com o lacre violado (lacre quebrado ou solto);
·  Verifique se o botijão possui etiqueta com instruções para manuseio do produto;
·  Verifique se o botijão possui a marca Liquigás, Novogás ou Tropigás estampada em relevo;
·  Compre somente de revendedores autorizados e identificados;
·  Não compre GLP em pontos de venda informais ou clandestinos.








3) Quando o gás acabar:

Quando a alimentação dos queimadores do fogão estiver insuficiente, provavelmente o gás acabou.

Não tente forçar a saída de gás.

Nunca vire ou deite o botijão (se ainda existir algum resíduo de gás, ele poderá escoar na fase líquida, o que anula a função do regulador de pressão, podendo provocar graves acidentes, assim como, entupir com impurezas o regulador, a mangueira e os queimadores).

Nunca aqueça o botijão.

 






4)Troca do botijão :
  • Antes de trocar o botijão, certifique-se de que todos os botões dos queimadores do fogão estão desligados.
  • Nunca efetue a troca do botijão na presença de chamas, brasas, faíscas ou qualquer outra fonte de calor.
  • Nunca role o botijão. Transporte-o sempre na posição vertical.
  • Retire o lacre de segurança do botijão levantando a própria aba do anel externo e gire-a no sentido anti-horário até o disco central sair completamente.
  • Retire o regulador de pressão do gás do botijão vazio e, em seguida, encaixe e rosqueie-o sobre a válvula do botijão cheio.
  • Use apenas as mãos. NÃO utilize ferramentas como martelo ou alicate.
  • Antes de trocar o botijão, examine sempre as condições da mangueira e do regulador de pressão de gás, verificando sempre o prazo de validade e as condições de conservação.


Após instalar, faça o teste de vazamento, passando espuma de sabão ao redor da conexão válvula de saída de gás/regulador de pressão de gás. Caso surjam bolhas, repita a operação de instalação. Se o vazamento continuar, desconecte o regulador de pressão de gás e verifique se existe vazamento na válvula. Caso o vazamento continue, leve o botijão para um lugar ventilado, deixando o regulador de pressão de gás desconectado e chame a assistência técnica do seu fornecedor de gás.


Jamais passe a mangueira por trás do fogão. Se for necessário alterar a posição de entrada de gás, chame profissionais credenciados pelo fabricante do fogão.



Por ser um produto inodoro (sem cheiro), é adicionado ao GLP um composto à base de enxofre (etil-mercaptana) para caracterizar seu cheiro. Dessa forma, é possível detectar eventuais vazamentos.

Para verificar se há vazamentos de gás, passe uma esponja com água e sabão sobre a conexão válvula/regulador de pressão de gás. Se houver vazamento, aparecerão bolhas. Não tente eliminar vazamentos de maneira improvisada.

Nunca utilize fósforo, isqueiro ou vela para verificação de vazamento de gás.

  • Mude para fechado a alavanca do regulador de pressão de gás;
  • Afaste as pessoas do local;
  • Desconecte o regulador de pressão de gás da válvula de saída de gás e, caso continue o vazamento, retire o botijão para um local aberto, ventilado e longe de fonte de ignição.
  • Não acione interruptores de eletricidade e não ligue nem desligue nenhum equipamento eletrônico ou outros que possam produzir faísca;
  • Desligue a chave geral de eletricidade somente se ela estiver fora da residência;
  • Não fume, nem acenda fósforos ou isqueiros;
  • Se ocorrer em ambiente fechado, abra portas e janelas;
  • Desconecte o regulador de pressão de gás da válvula e, caso continue o vazamento, retire o botijão para um local aberto, ventilado e longe de fontes de ignição;
  • Alerte as pessoas sobre o vazamento;
  • Entre em contato com a assistência técnica do seu fornecedor de gás e, em casos mais graves, com o Corpo de Bombeiros (193).



8)Vazamento de gás com fogo:
  • Afaste as pessoas do local;
  • Se possível, feche o registro de gás do regulador de pressão de gás;
  • Chame o Corpo de Bombeiros (193);
  • Desligue a chave geral da eletricidade;
  • Retire do local todos os materiais combustíveis;
  • Não deite o botijão, pois isso pode agravar o incêndio.

  • Abra o registro de gás do regulador de pressão de gás;
  • Abra a porta do forno, se for usá-lo;
  • Acenda o fósforo. Aproxime o fósforo aceso do queimador que será usado ou utilize o sistema elétrico de acendimento;
  • Gire o botão do queimador ou do forno.
   

  • Não deixe que as crianças tenham acesso ao fogão, nem ao botijão e à instalação;
  • Não acenda o forno ou os queimadores do fogão com isqueiro;
  • Não coloque panos de prato ou outros objetos que possam pegar fogo próximos ao botijão, na tampa do fogão ou perto dos queimadores;
  • Feche o registro de gás sempre que não estiver usando o fogão;
  • Nunca instale um botijão com a mangueira passando por trás do fogão;
  • Evite instalar o fogão próximo a correntes de vento;
  • Mantenha sempre o cabo das panelas voltado para dentro;
  • Nunca utilize fogareiro ou lampião diretamente sobre botijões de 13kg;
  • Nunca encha em demasia as panelas. Pode ocorrer derramamento e a chama se apagar;
  • Ao sair de casa, nunca deixe panela no fogo ou forno aceso;
  • A certeza da procedência do botijão é sua maior garantia de segurança e qualidade;
  • Verifique sempre a presença das marcas Liquigás/Tropigás/Novogás estampadas no botijão;
  • As instalações de gás sofrem desgaste com o tempo. Para sua maior segurança, faça revisões periódicas;
  • Procure somente pessoas habilitadas para realizar qualquer conserto ou modificação nas instalações destinadas ao gás de cozinha;
  • Nunca utilize fósforo, isqueiro ou equipamento que produza faísca para verificação de vazamento de gás.

Precisamos indagar aos candidatos a prefeito qual sua política de Defesa Civil


 N
esse segundo artigo iremos abordar qual os possíveis cenários dos desastres que ocorrerão no  verão 2011/2012 e suas causas  e  abordaremos com mais detalhes o papel das prefeituras dentro do Sistema Nacional de Defesa Civil.

Cientistas finalmente mostram que o aquecimento global é responsável pelas enchentes que têm assolado o mundo.
De acordo  com a Revista Época de fevereiro de 2011, cientistas  das Universidades de Edimburgo, no Reino Unido, e de Victoria, no Canadá, analisaram os recordes anuais de chuva de mais de  6 mil estações meteorológicas da América do Norte, Europa e Ásia durante o período de 1951 a 1999. A conclusão é que o aquecimento global gerado pela humanidade intensificou em dois terços os recordes anuais registrados pelas estações.  Outro grupo de pesquisa, liderados por pesquisadores da Universidade de Oxford, se concentrou em um evento específico: as chuvas causaram no Reino Unido, nos anos 2000, as piores enchentes desde que as medições começaram em 1766. Segundo várias comparações com modelos de computador, os cientistas concluiram que o aquecimento global aumentou de 20% a 90% a chance de haver enchente.
Ou seja: cientificamente está provado que o aquecimento global vem aumentando a intensidade das chuvas.  Como isto está acontencendo os cientistas ainda não sabem, como relata a matéria da Época, mas os estudos revelam que , para cada grau de aquecimento da Terra, a umidade da atmosfera aumenta de 6% a 7%. Isso poderia levar a chuvas até 30% mais fortes.
No Brasil, as projeções do clima mostram que, até 2050, as regiões Sul e Sudeste terão um aumento entre 10% e 30% na frequencia e intensidade das chuvas segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (Inpe). “ Isso quer dizer que os 100 milímetros de chuva previstos para cair durante todo o mês numa determinada região pode cair em apenas dois dias”, afirma José Marengo, pesquisador do Inpe.

O papel das Prefeituras no Sistema Nacional de Defesa Civil

Os estudos acima divulgados (disponíveis na Revista Época de fevereiro de 2011) não deixam dúvida: a frequencia das chuvas extraordinárias deve aumentar. Dessa forma como pode o governo municipal agir para apresentar soluções para a redução dos desastres causados pelas chuvas?
Como foi dito no artigo publicado anteriormente, no Sistema Nacional de Defesa Civil, as esferas nacional, estadual e municipal de governo não são subordinadas. Como um sistema, cada qual age em sua esfera de competência legal , constitucional e em caso de grandes desastres, o governo federal , por meio do Ministério da Integração Nacional , Secretaria Nacional de Defesa Civil (www.defesacivil.gov.br), apoia os governos locais.
Mas é importante frisar que esse apoio depende logicamente da vontade política do Governo local em transformar a Defesa Civil numa Política de Governo assim como é feito na Educação,Saúde e Segurança Pública. Por exemplo, um dado que revela o comprometimento do Governo Municipal  da cidade do Rio de Janeiro com seu órgão de Defesa Civil (http://www0.rio.rj.gov.br/defesacivil/)  é o fato de que no município vizinho, a Defesa Civil possui um dos Sistemas de Alerta e Alarme mais efetivos do país em que o cidadão pode , por meio de cadastro de seu número celular, receber avisos SMS sobre o estágio de atenção e alerta da Defesa Civil . Mesmo municípios de densidade populacional menor      possuem Sistemas de Alerta e Alarme efetivos  como é o caso de Angra dos Reis (http://www.defesacivil.angra.rj.gov.br/ ) ou mesmo Petrópolis (http://www.petropolis.rj.gov.br/index.php?url=http%3A//defesacivil.petropolis.rj.gov.br/defesacivil/ ) que possui um inovador sistema de pluviômetros comunitários. Estas iniciativas oferecem a população conhecer dos alarmes de proximidade de frente frias e da quantidade de chuva com o disparo de sirenes de aviso. Tudo isto conjugado com uma população treinada e planejamento de resposta ao desastre poderá ser o diferencial na redução do número de vítimas.
O Município tem papel fundamental no Sistema Nacional de Defesa Civil. Como vimos acima a quantidade de chuvas é fator importante para causar um desastre, mas não é só isso. A ocupação da áreas urbanas tem papel fundamental  entre as causas de desastre. Durante a formação das cidades, pouco se respeitou o funcionamento natural do solo. As margens dos rios, responsáveis pela absorção da chuvas, foram cimentadas. Os rios que corriam sinuosos viraram canais retos, pistas de corrida para as águas deslizarem com velocidade. Muitas casas são construídas sem levar em conta a vulnerabilidade do espaço. Em razão da necessidade  dos mais carentes e da omissão do governo municipal, muitos se sujeitam a morar em áreas de risco. Essas ocupações costumam remover a cobertura vegetal do terreno e bloquear os canais por onde a água escorre. Sem falar na ocupação das planícies às margens do rios, como é o caso de nossa cidade, áreas de inundação natural. Os moradores dessas áreas são sempre as primeiras vítimas da chuvas, como sempre vemos em Duque de Caxias no verão.
Está na  Constituição Federal  a chave para o problema dos desastres climáticos de verão em nossa cidade, exatamente no art.30, inciso VIII encontramos a obrigação do município de planejar e promover a ocupação do solo urbano. No anseio de nos livrar do centralismo político do período ditatorial, o legislador constituinte optou por um modelo que tinha como premissa que os governos locais teriam legitimidade para resolverem os problemas locais. Mas o que ocorre é que , com algumas exceções, os municípios não tem capacidade gerencial para promover  comunidades seguras para seus cidadãos. A solicitação de apoio aos órgãos federal e estadual de Defesa Civil é justa e necessária mas encobre o fato de que, enquanto não houver uma mudança de paradigma administrativo, os cidadãos não terão uma prefeitura apta a resolver os problemas locais coletivos das cidades. Lembre-se que a quantidade de recursos que o município receba na área de Defesa Civil não importará em mudança sem uma reforma estrutural em sua governança, sem o fundamental comprometimento.
Duque de Caxias possui hoje 94 (noventa e quatro) áreas de deslizamento iminente segundo mapeamento feito pelo INEA (Instituto Estadual do Ambiente). O que tem sido feito para preparar esses munícipes para agirem antes e durante o desastre? Ou teremos de esperar as primeiras vítimas fatais para agir? Devemos refletir e analisar dados realistas: quantos muros de contenção para prevenir deslizamentos foram construídos nos últimos anos? Quantas famílas foram removidas de áreas de risco?Analisem por si só essas informações e comparem...
As cidades precisam ter uma burocracia de qualidade, capaz de pensar e viabilizar políticas públicas. Também é necessário ter fóruns locais onde a sociedade e o governo municipal façam o planejamento estratégico do município para que se possa ter uma visão de longo prazo e uma gestão baseada mais na prevenção do que na ação emergencial e curativa. Um exemplo é a criação de conselhos municipais de defesa civil onde a população pode opinar, fiscalizar e sugerir mudanças.Pensar uma política municipal de Defesa civil é pensar na ocupação do solo, na proteção da vida do próximo, no que queremos para nossa cidade daqui a 20, 30, 50 anos.
Escolher entre o imobilismo, clientelismo, ausência de planejamento é escolher  que cenas como estas se repitam  com suas centenas de vítimas. No inicío do ano de 2011 o local escolhido pelo destino foi a Região Serrana, em 2012 poderá ser a Baixada Fluminense, mas em 2012 você cidadão poderá escolher qual cena deseja retirar de sua cidade, sua arma é seu voto.